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Zanadu!

Crónicas de Timbuktu, Trevim e Lisboa (nos melhores dias)

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Crónicas de Timbuktu, Trevim e Lisboa (nos melhores dias)

Acerca da Europa

por Tiago, em 26.09.16

Tem sido um período rico de leituras ou pelo menos com leituras bastante compensadoras. Um destaque claro para "A Servidão Humana" de Somerset Maugham, tanto pela escrita, como pela história e pelas memórias que me traz dos sítios onde o li. Mas enfim, antes de escrever sobre isso ainda preciso de perceber o que raio me prendeu naquele livro tendo em conta que a história está longe de me ser familiar e a empatia pelos personagens principais é cerca de zero.

Um dos temas que estava mais afastado nos últimos tempos era a política; deixei "Rough Riders" do Teddy Roosevelt a meio porque sinceramente não me estava a interessar nada apesar de ter imensa curiosidade pela personagem do Roosevelt desde que li "Império" do Gore Vidal. Penso que para a próxima vou tentar uma biografia em vez de livros escritos pelo próprio.

Assim, comprei o meu primeiro livro na Amazon: se nunca experimentaram não o façam, abre-se uma caixa de Pandora para tudo aquilo que sempre quisémos ler mas nunca encontrámos numa livraria! Deixa-me cá ver do "Arquipélago Gulag"... Comprei "The Revenge Of Geography" de Robert Kaplan, um jornalista americano que escreve este livro sobre a forma como a geografia e o desenho das fronteiras acabam por ter um papel determinante (se bem que não determinista) nos conflitos armados que sucederam no passado e que podem vir a suceder no futuro. Um livro de geopolítica sempre do ponto de vista americano mas muito interessante.

Ainda estou no início da leitura mas achei interessante uma citação que define a Europa da forma como a tenho visto e sentido nas viagens que pude fazer até hoje pelo coração do continente.

Central Europe, Mitteleuropa, was more of an idea than a fact of geography. It constituted a declaration of memory: that of an intense, deliciously cluttered, and romantic European civilization, suggestive of cobblestone streets and gabled roofs, of rich wine, Viennese cafés, and classical music, of a gentle, humanist tradition infused with edgy and disturbing modernist art and thought.

Acerca da insularidade britânica

por Tiago, em 15.02.16

Numa altura em que se tem debatido bastante o Brexit, o referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia e as cedências negociais que David Cameron tenta usar para defender o "Sim", parece existir um pouco a ideia de que uma UE sem UK seria algo vazio de sentido. Embora fosse sem dúvida um enfraquecimento enorme dessa coisa anacrónica, amorfa e idefinida que dá pelo nome de política externa europeia, importa ainda assim lembrar que historicamente o eurocepticismo é um pilar essencial da política externa britânica para quem os EUA sempre foram o seu natural e mais importante aliado. Com efeito, a única preocupação britânica sempre foi impedir uma posição estratégica hegmónica de qualquer uma das potências continentais, França ou Alemanha, e sempre foi esse o critério para avaliar a necessidade de intervenções militares.

No pós-Guerra, foi Churchill quem cunhou o termo Estados Unidos da Europa e envidou esforços para promover uma Europa unida que, na sua percepção, era o contrapeso mais importante para deter a ameaça comunista da União Soviética. Apesar disso a sua posição sobre a Europa nunca foi entusiástica, como o próprio admitiria:

Much later, in the House, he needed only eight words to state his position on continental Europeans and their drift toward unity: “We are with them, but not of them.

Um pouco como aquela frase que se atribui muito à esquerda intelectual sobre o povo: sempre ao lado do povo mas nunca no meio dele.

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