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Zanadu!

Crónicas de Timbuktu, Trevim e Lisboa (nos melhores dias)

Zanadu!

Crónicas de Timbuktu, Trevim e Lisboa (nos melhores dias)

Acerca da epifania linguística

por Tiago, em 27.03.15

Tive recentemente uma revelação no âmbito da língua inglesa! Então não é que um desktop chama-se assim porque realmente é colocado, geralmente, em cima de uma desk. Em contraponto, um laptop anda normalmente no lap do utilizador. Só ainda não percebi o porquê de não se chamar deskpc ou lapc...fico à espera que as Tágides me revelem o resto do segredo na certeza de que mesmo os Segredos de Fátima foram uma trilogia e não foram assim revelados à bruta.

Acerca da hilaridade de injecções de EPO

por Tiago, em 23.03.15

Ainda sobre o livro "The Secret Race: Inside the hidden world of the Tour de France", a auto-biografia do ciclista Tyler Hamilton, antigo colega de equipa de Lance Armstrong: é essencial para quem quiser um festival de humor negro, situações bizarras ou absolutamente surreais.

Reza a história que, durante um campo de treino no vulcão Teide em Tenerife, o espanhol Roberto Heras, um dos mais importantes lugar-tenentes da equipas da US Postal que conduziram Lance Armstrong a vitórias consecutivas no Tour, e dono de uma personalidade tida como reservada e circunspecta tirou da cartola esta pérola cómica:

“How does a cyclist put sugar in his coffee?” We shook our heads. Roberto picked up the sugar packet and flicked it with his finger, like he was flicking a syringe. Everybody cracked up.

Acerca da perversidade da inversão de papéis

por Tiago, em 17.03.15

Este vídeo toca num ponto interessante acerca do papel das forças policiais num estado democrático, usando a inversão dos papéis do polícia e do cidadão para pôr em evidência o papel de cada um destes tipos. É certo que a polícia deve servir os interesses do cidadão de Bem (um conceito de uma espessura jurídica algo questionável) mas também é verdade que existem sempre atropelos e abusos de autoridade; gosto de pensar na forma como a mensagem deste sketch é amplificada no contexto social do Brasil, um país onde a acção policial é forçosamente mais comum do que em Portugal, por exemplo. Numa segunda análise, só me lembro mesmo da música do John Lennon, Power To The People.

 

Acerca da epifania matemática

por Tiago, em 11.03.15

Era só para dizer aos Fanáticos Dos Pópós (na terminologia portuense) que inventaram o cálculo integral (sim Gottfried Wilhelm estou a falar para ti mas também para o Johann Carl Friedrich e para o Sir Isaac) que se tirassem o rabo das cadeiras das grutas onde lhes ocorreram tais ideias e fossem andar de bicicleta num dia de vento iam chegar rapidamente à conclusão que, num campo vectorial conservativo, a circulação numa curva fechada não é nula.

E não me venham com teoremas da divergência, teoremas de Stokes ou teoremas de Green; simplesmente não resistem a um pequeno choque com a realidade para lá das equações. A dor nas minhas pernas desmente as fantasias criadas por esses charlatões!

 

Acerca da musicalidade dos combustíveis fósseis

por Tiago, em 06.03.15

A "Balada do Gasolineiro" é um dos poucos momentos de destaque no ramalhate de colaborações e interlúdios mais ou menos dispensáveis que compõem o novo álbum, supostamente conceptual (mas estranhamente vazio de mensagem), dos Capitães da Areia. É um dos casos raros em que música e letra andam a par, reforçando-se mutuamente e pedindo claramente um teledisco, com o Tiago Bettencourt no papel de um gasolineiro decrépito que indolentemente entabula conversa com os viajantes que esporadicamente passam na estrada que atravessa o deserto a caminho do espaço sideral.

 

Acerca do obscurantismo do ciclismo, passe a aliteração

por Tiago, em 01.03.15

Um dos livros que li com mais gosto nos últimos tempos foi "The Secret Race: Inside the hidden world of the Tour de France", a autobiografia de Tyler Hamilton, um dos trepadores que mais ajudou Lance Armstrong a conquistar os seus primeiros Tours. É um livro que se enquadra naquele género muito popular de destruição de mitos do desporto por ex-colegas, treinadores e afins. No fundo é um livro focado no lado mais obscuro do ciclismo, o doping.

 Hamilton a trabalhar para Armstrong nos saudosos tempos da US Postal Cycling Team.

 

Uma das vertentes mais focadas é a forma como a corrida deixa de ser contra os adversários mas sim contra os "vampiros" a.k.a. técnicos de recolha de análises anti-doping (sangue, urina) e a conclusão final é de que estes últimos estão muitos passos atrás da sofisticação das técnicas de doping modernas. Ou seja, só era (ou é, dependendo do grau de optimismo do leitor quanto ao panorama actual no ciclismo) apanhado quem for descuidado ou tiver mesmo muito azar. A maneira profissional, organizada e clínica com que tudo era feito é assustadora; o secretismo que envolvia as transfusões de sangue durante o Tour, por exemplo, é digno de um filme de gangsters.

To guard against the possibility of hidden cameras, the air conditioner, light switches, smoke detector, and even the toilet were covered with dark plastic and taped off.

E a sensação de culpa, natural em atletas que recorrem a métodos ilegais para obter vantagem competitiva sobre os seus rivais?

I came to think of it as Lance’s Golden Rule: Whatever you do, those other fuckers are doing more .

É interessante ver o trajecto de Hamilton, primeiro como um jovem que descobre no ciclismo uma modalidade que valoriza uma das suas maiores qualidades, a capacidade de sofrimento, e por isso o fascina; depois como um jovem profissional confrontado pela primeira vez com a possibilidade de doping; mais tarde como um verdadeiro profissional que vê o doping apenas como uma componente comum na preparação de um atleta de alto rendimento e, por fim, o ciclista finalmente apanhado a quem é difícil lidar com toda a pressão mediática e problemas pessoais que isso acarreta.

“Hey, it’s just a bike race.” I truly meant it—in the end, we’re not solving world hunger, we’re just a bunch of skinny, crazy guys trying to get across a finish line first.

 Hamilton e o sofrimento: subir os Alpes com um ombro fracturado. A prova de que o ciclismo é muito mais do que doping

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